Aprendi aos 10, 11 anos. Quando andava a guardar ovelhas achei um bocadito de cortiça que comecei a cortar e daí nasceu um pastor. Entre os 18 e os 30 anos desmaginei-me disso. Desde que me casei, aos 30 anos, tenho vindo a dedicar-me ao ofício.
Tenho peças no Museu de Estremoz. No jornal “Brados do Alentejo” foi publicado um artigo sobre o meu trabalho, mas não dão valor ao que a gente faz. Às vezes até fazem pouco de pedir dinheiro para um bocado de cortiça. Aqui há tempo vendi umas peças para a Câmara de Estremoz por causa disso. Mas por vezes são os clientes que me oferecem cortiça em troca de uma peça ou outra que realizo.
Tenho vendido peças para Lisboa, Porto e Braga. Através do I.E.F.P. as peças têm sido expostas em várias cidades e vilas do país. É pena as pessoas não quererem seguir esta vida. Estive 7 meses a ensinar a 8 raparigas, mas não aprenderam nada. Isto um dia acaba, não posso dizer que vou fazer isto já muitos anos...
NA OFICINA, a cortiça é cozida para retirar a “costa”. Começo a executar as peças (que geralmente representam o quotidiano da vida rural) com uma navalha.
Contactos
José Joaquim Vinagre
Rua Sousa Maldonado, 13 - Veiros
7100-709 Estremoz
telefone 268929431
1 comentário:
É uma pena que este tipo de artesanato desapareça. Há peças em cortiça que são verdadeiras obras de arte e de paciência, já para não falar da forma como documentam as vivências rurais.
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