sábado, 30 de janeiro de 2010

Hino à terra - Poema de Conceição Gadeiro

Quando pela aurora Me ponho a pensar, Nas gentes de outrora Deste mesmo lugar. Mão calejada Pelo amanhar do campo, Rosto enrugado Manchado de pranto. Corpo cansado Escorrendo suor, Deus seja louvado Haja Paz e Amor. Por estes caminhos Cobertos de pó, Vinham pobrezinhos Que metiam dó. Um prato de sopa, Um naco de pão, Pediam para a boca Como em oração. Velhinhas fiando A lã e o linho, Crianças brincando Á corda e arquinho. Das casas branquinhas Brilhando ao luar, Saíam ladainhas Histórias de encantar. Gente de saber, Fé e tradição, Assim fez crescer O meu Gavião. Tem na forma um coração O morango do Pardal É um doce em Gavião De sabor não há igual Quando acaba a Primavera Eu oiço o pardal cantar A anunciar que da terra Pode o morango apanhar Sou feliz e tem encanto A vida que Deus me deu Por isso te amo tanto Ó meu São Bartolomeu
Conceição Gadeiro Gavião, 05-10-2009

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