Quando pela aurora
Me ponho a pensar,
Nas gentes de outrora
Deste mesmo lugar.
Mão calejada
Pelo amanhar do campo,
Rosto enrugado
Manchado de pranto.
Corpo cansado
Escorrendo suor,
Deus seja louvado
Haja Paz e Amor.
Por estes caminhos
Cobertos de pó,
Vinham pobrezinhos
Que metiam dó.
Um prato de sopa,
Um naco de pão,
Pediam para a boca
Como em oração.
Velhinhas fiando
A lã e o linho,
Crianças brincando
Á corda e arquinho.
Das casas branquinhas
Brilhando ao luar,
Saíam ladainhas
Histórias de encantar.
Gente de saber,
Fé e tradição,
Assim fez crescer
O meu Gavião.
Tem na forma um coração
O morango do Pardal
É um doce em Gavião
De sabor não há igual
Quando acaba a Primavera
Eu oiço o pardal cantar
A anunciar que da terra
Pode o morango apanhar
Sou feliz e tem encanto
A vida que Deus me deu
Por isso te amo tanto
Ó meu São Bartolomeu
Conceição Gadeiro
Gavião, 05-10-2009
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