Ao que tudo indica, a barrística de popular Estremoz ganhou projecção a partir dos finais do século XVIII, com a produção de pequenas esculturas de santos e figuras de presépios. No início do século XX, estava praticamente extinta e foi revitalizada através de diversas iniciativas, a mais importante das quais protagonizada pelo escultor José Maria de Sá Lemos, que dirigiu a Escola de Artes e Ofícios de Estremoz, criada em 1924, trabalhando com a artesã Ti Ana das Peles, e posteriormente com Mariano da Conceição, que convidou para professor da escola (Pessanha, 1916; Santos Júnior, 1940; Parvaux, 1968; Vermelho,1990).
Sabina da Conceição Santos nasceu em Estremoz em 1921, neta de Caetano Augusto da Conceição (m. 1902), o fundador da Olaria Alfacinha, e Leonor das Neves da Conceição (m.1946). Apesar de na juventude ter frequentado a Escola de Artes e Ofícios de Estremoz, Sabina dos Santos dedicou-se, primeiro, à família, e só a crise na liderança da empresa, depois da a morte do irmão Mariano da Conceição, é que a levou a modelar os bonecos de Estremoz.
Assim, em 11 de Abril de 1958 constitue-se a firma Leonor das Neves da Conceição Herdeiros, sociedade entre Sabina e os seus irmãos Deocleciano e Caetano, empresa que colaborou com o G.A.R.D.E., como documentam as diversas facturas e as peças assinadas pela artesã que ainda se conservam no espólio do antigo Museu do Artesanato Distrital de Évora. No labor de Sabina Santos, que prolongou-se ao longo de três décadas, é patente a continuidade da galeria de personagens representadas por Mariano da Conceição, e também um aprofundar na estilização escultórica dos personagens. Na sua oficina na Rua Brito Capelo, formou várias aprendizes, entre as quais Fátima Estróia e Perpétua de Sousa e Maria Inácia, conhecidas como as Irmãs Flores, com atelier próprio a partir de 1987. (Vermelho, 2002).
Fonte: Inventário Matriz
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