A vila do Redondo é um importante centro oleiro e, já em 1516, o foral manuelino mencionava uma corporação de oleiros e contemplava também uma regulamentação para o seu comércio. Os oleiros, desde tempos imemoriais tinham direito a ir buscar o barro às terras em volta, porém, em 1725, os proprietários das terras pretenderam obrigá-los a pagar o barro, provocando uma crise séria - os oleiros entraram em greve - já que a economia da vila dependia em grande medida das olarias.
A solução foi favorável aos oleiros, tendo sido deliberado que "ninguém pode impedir outrém de cavar barro para fazer louça" (Wilson, 1994). Em 1801 a autarquia do Redondo fez sair uma nova regulamentação sobre o comércio de olaria, mas também renovou o direito acordado em 1726, pelo qual os oleiros são obrigados, no Outono, a tapar os buracos que fizeram ao longo do ano. Os que não cumprissem com esta obrigação tinham de pagar uma multa e eram igualmente obrigados a pagar indemnizações aos proprietários por desgastes causados (Parvaux, 1968).
A colecção do M. A. R. foi adquirida, a partir de 1963, com a criação do Gabinete de Artesanato Regional do Distrito de Évora (G.A.R.D.E), que tinha por objectivo fomentar a comercialização dos produtos de artesanato funcionando como entidade autónoma, mas associada à exposição do Artesanato Regional do Distrito de Évora.
A 30 de Março de 1980, por deliberação da Assembleia Distrital, esta exposição foi considerada Museu do Artesanato Regional do Distrito de Évora. Nesse período, o G.A.R.D.E. conseguiu a colaboração de diversos oleiros do Redondo, entre os quais, contam-se Álvaro José Chalana (Olaria São João), Adriano Rui Martelo e António Francisco Lapa Mestre.
Fonte: Inventário Matriz
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