quinta-feira, 30 de junho de 2011

Governo quer alterar regime em seis meses

Entradas gratuitas nos museus devem ser repensadas já, defende associação portuguesa .
O presidente da Associação Portuguesa de Museologia (APOM) defendeu hoje que, para a sobrevivência dos museus, é necessário repensar o regime de gratuidade já e não daqui a seis meses, como sugere o Governo.
A APOM defende uma “mudança dos paradigmas dos alicerces que sustentam a cultura” (Enric Vives-Rubio (arquivo). “Seis meses para estudar o regime de gratuitidade já é tarde. Na perspectiva de retorno que deve existir, o Governo não precisa de seis meses. O regime pode ser aplicado rapidamente”, afirmou João Neto em declarações à Lusa. Segundo o presidente da APOM, citando um relatório do Instituto dos Museus e da Conservação (IMC), no ano passado apenas 40 por cento das pessoas que visitaram museus pagaram entrada. “Tem que haver no mínimo 80 por cento das entradas pagas. Para própria sobrevivência dos museus”, afirmou. O Governo, no seu programa, pretende, “no espaço de seis meses”, estudar a “revisão do regime de gratuitidade dos museus, diminuindo o período da sua aplicação” e discutir os “horários de funcionamento”. João Neto considera que “a sociedade criou a ideia de que esta cultura [museus e monumentos] tem que ser gratuita” e que “tem que haver educação as pessoas para perceberem que ao pagar entrada estão a ajudar”. O presidente da APOM defende que se revele o “valor real da entrada”, para que as pessoas sintam os benefícios que estão a ter ao pagarem entrada nos museus. “Não pode haver gratuitidade adquirida. Tem que ser concedida e com muito bom senso”, sublinhou.
O programa de governo dá conta, na área da Cultura, que um dos objectivos estratégicos é “reavaliar o papel do Estado na vida cultural”, enfatizando a auto-sustentabilidade do sector. A APOM defende uma “mudança dos paradigmas dos alicerces que sustentam a cultura”. “O Estado tem que ter um papel regulador, equilibrar entre várias áreas. Avaliar quais as que têm o maior retorno”, afirmou. Para João Neto é preciso “ver onde poderá investir-se para aumentar o retorno, económico e social”. “Receio que esteja a ser analisada apenas a questão da despesa”, lamentou. O presidente da APOM defende ainda “uma política de cooperação entre museus que estejam na mesma localidade, quer sejam do Estado ou das autarquias”, lembrando que “isto não está no programa do Governo”. FONTE:http://www.publico.pt/Cultura/entradas-gratuitas-nos-museus-devem-ser-repensadas-ja-defende-associacao-portuguesa_1500810

sexta-feira, 24 de junho de 2011

Vêm aí novas políticas na Museologia?

Museus e Património entre as prioridades do novo SEC O secretário de Estado da Cultura indigitado, Francisco José Viegas, disse hoje à Lusa que tem um programa a longo prazo para o sector, a aplicar com “sensatez, ponderação e introduzindo uma coisa que tem estado ausente, o diálogo”.Falando no Parlamento à margem da primeira sessão da XII Legislatura, Francisco José Viegas disse que terá apenas algumas semanas para “fazer um mapa das intervenções a médio prazo”.“
O programa eleitoral do PSD era um programa para dez anos, a longo prazo, porque não se pode transformar aquilo que há a transformar na cultura apenas em dois ou três anos, há intervenções de fundo”, sublinhou.Francisco José Viegas assume uma pasta que passa de ministério para secretaria de Estado.Sobre as prioridades do novo governo para a Cultura, Francisco José Viegas elencou, por exemplo, o património e os museus, mas as prioridades resultarão da análise que for feita da estrutura da pasta.“Haverá uma espécie de auditoria a todos esses serviços e as decisões virão a seguir. Não tomaremos decisões antes de ouvir as pessoas interessadas”, sublinhou.
No trabalho com os agentes culturais, o novo titular da pasta reforçou: “Iremos fazer isso com muita sensatez e ponderação e sobretudo introduzindo uma coisa que tem estado ausente, que é o diálogo, a negociação. A política é sobretudo negociação e em cultura muito mais”.Quanto à verba disponível para pôr em prática o programa para a Cultura, Francisco José Viegas referiu que os agentes do setor terão que trabalhar com o orçamento que existir.“Com este pode-se trabalhar, com mais do que este é impossível. Há cerca de dez anos, cinco anos, todos nós dizíamos que havia pouco dinheiro para a Cultura. Agora dizemos que há pouco dinheiro em geral. A regra não existe só para a cultura”, alertou.(…)
Fonte: http://www.pportodosmuseus.pt/?p=27761&utm_source=feedburner&utm_medium=email&utm_campaign=Feed%3A+pportodosmuseus%2FrxgW+%28pportodosmuseus%29

segunda-feira, 20 de junho de 2011

A Olaria do Redondo

A vila do Redondo é um importante centro oleiro e, já em 1516, o foral manuelino mencionava uma corporação de oleiros e contemplava também uma regulamentação para o seu comércio. Os oleiros, desde tempos imemoriais tinham direito a ir buscar o barro às terras em volta, porém, em 1725, os proprietários das terras pretenderam obrigá-los a pagar o barro, provocando uma crise séria - os oleiros entraram em greve - já que a economia da vila dependia em grande medida das olarias.
A solução foi favorável aos oleiros, tendo sido deliberado que "ninguém pode impedir outrém de cavar barro para fazer louça" (Wilson, 1994). Em 1801 a autarquia do Redondo fez sair uma nova regulamentação sobre o comércio de olaria, mas também renovou o direito acordado em 1726, pelo qual os oleiros são obrigados, no Outono, a tapar os buracos que fizeram ao longo do ano. Os que não cumprissem com esta obrigação tinham de pagar uma multa e eram igualmente obrigados a pagar indemnizações aos proprietários por desgastes causados (Parvaux, 1968).
A colecção do M. A. R. foi adquirida, a partir de 1963, com a criação do Gabinete de Artesanato Regional do Distrito de Évora (G.A.R.D.E), que tinha por objectivo fomentar a comercialização dos produtos de artesanato funcionando como entidade autónoma, mas associada à exposição do Artesanato Regional do Distrito de Évora.
A 30 de Março de 1980, por deliberação da Assembleia Distrital, esta exposição foi considerada Museu do Artesanato Regional do Distrito de Évora. Nesse período, o G.A.R.D.E. conseguiu a colaboração de diversos oleiros do Redondo, entre os quais, contam-se Álvaro José Chalana (Olaria São João), Adriano Rui Martelo e António Francisco Lapa Mestre.
Fonte: Inventário Matriz

quarta-feira, 1 de junho de 2011

Os museus rejeitam a sua conotação com as culturas de elite

Os museus procuram hoje alargar os seus públicos e rejeitam a sua conotação com as culturas de elite, tentados pelo contrário tornar-se mais acessíveis enquanto espaços de lazer, alterando os seus conceitos de comunicação e de transmissão de conhecimentos e ideias.
FONTE: FARIA, Margarida,Lima de, Museus: Educação ou divertimento? Uma análise da experiência museológica segundo o modelo figuracional de Norbert Elias e Eric Dunning, Revista Crítia de Ciências Sociais,n.º 43, 1995, p. 191.