sábado, 30 de janeiro de 2010

Hino à terra - Poema de Conceição Gadeiro

Quando pela aurora Me ponho a pensar, Nas gentes de outrora Deste mesmo lugar. Mão calejada Pelo amanhar do campo, Rosto enrugado Manchado de pranto. Corpo cansado Escorrendo suor, Deus seja louvado Haja Paz e Amor. Por estes caminhos Cobertos de pó, Vinham pobrezinhos Que metiam dó. Um prato de sopa, Um naco de pão, Pediam para a boca Como em oração. Velhinhas fiando A lã e o linho, Crianças brincando Á corda e arquinho. Das casas branquinhas Brilhando ao luar, Saíam ladainhas Histórias de encantar. Gente de saber, Fé e tradição, Assim fez crescer O meu Gavião. Tem na forma um coração O morango do Pardal É um doce em Gavião De sabor não há igual Quando acaba a Primavera Eu oiço o pardal cantar A anunciar que da terra Pode o morango apanhar Sou feliz e tem encanto A vida que Deus me deu Por isso te amo tanto Ó meu São Bartolomeu
Conceição Gadeiro Gavião, 05-10-2009

sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Depoimento de Conceição Gadeiro

Nasci em Gavião em 21/09/54, terra de toda a minha família, onde casei e baptizei meus filhos. De cá saí com 3 anos, vivi no Ribatejo, Trás-os-Montes e por fim Lisboa, onde estudei na Escola Industrial Dona Luísa de Gusmão.
Em 74 empreguei-me na CP, onde trabalhei sempre na Direcção de Informática, em 2000 saí da parte técnica e fui secretariar o director (que por acaso é de Évora). Saí da empresa no final do ano de 2006.
Quando os meus filhos já estavam mais crescidos e não precisavam tanto dos meus cuidados, em horário pós-laboral fui fazendo toda a formação que podia: Cerâmica, 2 anos na Barracha-professora Susana Cintra. Pintura em Porcelana, 10 anos - professora Laura Pinho. Óleo e Aguarela, 1 ano - professora Rita Fialho. Curso de flores artificiais, em vários materiais, como por exemplo casca de cebola.
Faço trabalhos em cortiça e pele de cortiça. Fiz pesquisa e reprodução de técnicas antigas de bordado, como por exemplo o bordado a semente de melão. Apresentei um quadro com esta técnica na Associação dos Artesãos de Lisboa e Arredores e com ele fui aceite como sócia. Sou sócia da União Portuguesa de Arte em Porcelana - UPAP.
Tenho recebido alguns prémios nos concursos de presépios e tronos de Santo António, pela Associação dos Artesãos. Uma menção-honrosa na área do bordado no concurso Sintra em Flor em 2008. Estive na FIA em 2008 e 2009, pelo distrito de Portalegre. Recentemente foi-me dado pelo PPART o selo de reconhecimento de Unidade Produtiva Artesanal e de Artesão. Tenho o Certificado de Aptidão Profissional-CAP e inscrita na bolsa de formadores pelo Alentejo.
Tenho participado em workshops e conferências na área do artesanato, a última em Setembro de 2009 na Conferência Internacional de "Criatividade um Desafio Permanente" em Coimbra. Dou aulas na Universidade Sénior de Gavião em regime de voluntariado. Para além das artes tenho cursos de Informática e Inglês, sou sócia do National Geographic, da livraria Folio em Londres.
No início de 2007 vim viver para a minha terra, recuperei a minha casa e com a ajuda do IEFP fiz um projecto, em 2008 abri a minha loja/oficina - Artes e Saberes, que funciona no rés-do-chão da minha habitação.

ARTESANATO AO VIVO NO SÁBADO À TARDE

No próximo sábado, dia 30 de Janeiro à tarde, irá estar presente numa sessão de "Artesanato ao Vivo" a artesã Conceição Gadeiro, com os seus trabalhos em cerâmica e cortiça, no Centro de Artes Tradicionais.
Natural de Gavião, onde nasceu em 1954, esta antiga empregada da CP, dedica-se ao artesanato desde 2006. Frequentou formações em Cerâmica, Pintura em Porcelana, Óleo e Aguarela, Curso de flores artificiais, para puder executar trabalhos em cerâmica. Com uma oficina em Gavião, a artesã acrescenta nas suas pinturas, poemas da sua própria autoria.
Posteriormente, por sua própria iniciativa passou também a dedicar-se ao trabalho em cortiça e pele de cortiça. Foi com os trabalhos em cortiça, um deles presente na nossa exposição temporária "Presépios do Alentejo" – o que levou a Turismo do Alentejo a convidar esta artesã -, que Conceição Gadeiro recebeu um 3.º prémio no concurso "Santo António de Lisboa" da Associção dos Artesãos .

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Os Três Reis Magos

A tradição que vem do século II terá sido que os 3 reis Magos foram visitar o Menino Jesus logo após o seu nascimento. Terão sido 3 por representarem o mundo conhecido da altura: a Europa, a África e a Ásia. Há quem diga que este número representa as três idades do Homem, pois Belchior, o mais velho, representa a velhice, com a sua barba branca, Gaspar - a meia idade e Baltazar, a juventude, por ter apenas 21 anos. O número 3 generalizou-se também, por simetria, com a Santíssina Trindade.
Citado de ARAÚJO, Silva, Viver o Natal, 3ª edição, Braga, Livraria Apostolado da Imprensa, 1994.

quarta-feira, 27 de janeiro de 2010

Presépio de José Parreira

Falecido há cerca de dois anos, José Parreira, artesão estremocense e antigo tirador de cortiça, aproveitava os bocados de cortiça que achava mais adequado às peças.
Publicamos hoje um excerto de uma entrevista concedida pelo artesão em 2002, e de cuja autoria existe uma peça presente na nossa exposição temporária:
Trabalho no artesanato há cerca de 25 anos, desde 1977. Trabalhava com um colega na agricultura. Ele sabia fazer peças em miniatura. Dormíamos no local de trabalho e como tínhamos tempo livre ele ensinou-me a fazer tarros.
Antigamente havia muita gente a fazer isto. Agora já há pouco quem faça. Só pessoas de mais idade é que fazem, os mais jovens não se interessam por estas actividades. Quando comecei só fazia a Feira de Estremoz. Actualmente faço as feiras aqui da região. Mesmo que não se venda, mostramos a habilidade que temos. É uma forma de divulgar o trabalho.
NA OFICINA, compro a cortiça aos tiradores. Em primeiro lugar tiro a “raspa” (superfície exterior de cor escura). Depois de mergulhar a cortiça em água, coloco-a dentro de um recipiente e ponho-a ao lume para cozer. Quando ainda está quente enrolo a cortiça com a forma da peça que quero realizar. Para colocar o fundo e a tampa, volto a mergulhar em água quente, e a peça é toda raspada para retirar o sujo da cozedura. O acabamento é feito com lixas. Em seguida a peça é pregada com “tornos” em volta da base. A asa é colocada no bordo superior com dois “tornos” da asa.

terça-feira, 26 de janeiro de 2010

Presépio de Quirina Marmelo

O trabalho da artesã Quirina Marmelo, artesã já falecida, confunde-se com a história da produção de bonecos em Estremoz no século XX, colaborando para a fixação do repertório de peças tradicionais.
Como forma de homenagear Quirina Marmelo, autora do presépio da imagem, na nossa exposição temporária, publica-se também um excerto de uma entrevista concedida pela barrista em 2002: “Tinha 23 anos quando comecei a aprender com o meu marido, que trabalhou na Olaria Alfacinha. Ajudava-o aos fins de semana e feriados. Em 1982, por sua morte, comecei a trabalhar sozinha. O artesanato é uma coisa que faço por gosto. O meu bisneto tem 14 anos e já tem muitas peças dele. Executo os bonecos com o barro de Estremoz que o meu filho prepara no barreiro. Começo por fazer a base onde assenta o boneco. Faço o tronco, pernas, cabeça e os braços. Visto o boneco, que permanece em repouso durante algum tempo para secar naturalmente. Vai cozer ao forno de lenha durante cerca de 14 horas. Depois de arrefecer é pintado com tintas já preparadas.”

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

PRESÉPIO DE PERFEITO NEVES

Entalhador de escultura em madeira, Perfeito Neves, de Estremoz, tem igualmente um presépio seu na exposição temporária do Centro de Artes Tradicionais Tendo concedido uma entrevista em 2002, publicamos hoe um excerto da mesma:
Aprendi com os meus pais. Tinha 9 anos quando comecei a trabalhar “ao banco”. Aos 22 iniciei a actividade por conta própria. Senti que estava habilitado a realizar trabalho em condições. O meu sonho era aprender e dar a conhecer aquilo que fazia. As feiras de artesanato eram uma forma de escoar as obras e angariar clientes. Quando consegui o que pretendia, deixei de fazer feiras. Quando comecei eram os verdadeiros artesãos que frequentavam essas feiras. Hoje é mais um centro comercial ambulante que outra coisa. As feiras de artesanato tornaram-se corriqueiras. Actualmente só faço a Feira de Estremoz.
Em termos de futuro não vejo continuidade no ofício. Sou o mais novo de sete irmãos e só que é que aprendi o ofício. A minha esperança é a do meu filho que tem 7 anos e já vem para aqui mexer nas ferramentas. Se ele quiser continuar não vai ser aos 18 anos que começa a aprendizagem. Os grandes artistas têm de começar cedo. Foi assim que comecei. No entanto não tenho aprendizes, um rapaz com 18 anos tem de ganhar um ordenado e não temos possibilidades de pagar. Os cursos de formação não permitem que uma pessoa faça um curso em três anos e venha cá para fazer trabalho de entalhador.
NA OFICINA, talho a peça a partir de um desenho que colo ou risca na madeira e recorto-a. Os recortes são feitos com o auxílio de uma serra tico-tico, com goivas ou palhetas. Os acabamentos podem ser feitos a nível de cera, ou marmoreados e dourados, ou com goma-laca.
Contactos Perfeito dos Santos Neves Quinta de Santa Teresinha 7100-137 Estremoz telefone 268332580

domingo, 24 de janeiro de 2010

PRESÉPIO DE JOAQUIM SIQUENIQUE

Mais conhecido como "Ti das Ovelhas", o pastor Joaquim Siquenique elabora ingénuas miniaturas de presépios e cenas da vida rural.
O presépio em exposição foi adquirido pelo Major General Canha da Silva ao artesão em 2009, sendo uma das peças mais recentes da sua colecção. Contactos Oficina / loja aberta a partir das 16.00 Monte das Flores Foros da Fonte SEca 7170 Redondo Te.266909371

sábado, 23 de janeiro de 2010

Registos e Maquinetas de Guilhermina Maldonado

Guilhermina Maldonaldo, artesã de Estremoz, dedica-se à execução de presépios em maquinetas e registos, alguns dos quais na exposição "Presépios do Alentejo". Publicamos hoje um excerto de uma entrevista concedida pela própria em 2002: Sobrinha de Venceslau Lobo (dono dos Museus de Cristo de Borba - actualmente em Sousel - antiquário de grande gabarito). Na casa do meu tio existiam muitos registos e maquinetas que ele adquirira. Eu gostava muito de ver aquelas maravilhas. Já numa fase da vida com certa maturidade, por volta dos 37 anos, dediquei-me a fazer estas peças.
A primeira exposição que fiz foi promovida pelo senhor Vermelho, então director do Museu, intitulada “Guilhermina Maldonado e o falar das mãos (1987)”. As pessoas gostaram, começaram a pedir, incentivaram-me a fazer exposições e foi tudo uma bola de neve. É preciso divulgar a feira de artesanato de Estremoz, não há publicidade e isso é muito importante.
Considero que esta arte está em franca expansão. Nunca vi trabalhos iguais aos meus. Não são melhores nem piores, são diferentes. Procuro pôr sempre o antigo. Contacto com muitos antiquários, o que me permite adquirir grande conhecimento nesta matéria. Tenho sempre muitas encomendas. Ensinei a uma senhora de Évora e de Castelo Branco. Gosto de passar testemunhos do ofício para que este tenha continuidade. Muitos trabalhos que tenho para executar são feitos com colaboração dessas pessoas porque sozinha não tenho disponibilidade.
NA OFICINA Procuro em alfarrabistas as gravuras a preto e branco. Os tecidos, as flores, galões antigos também são materiais difíceis de encontrar. Concebida a ideia, o vidro é cortado à medida do modelo, é armado e depois cortada a parte de trás do registo. É sobre essa parte que executo a decoração. Esta pode ser bordada a ouro, prata ou simplesmente com linhas de seda. Os motivos bordados são da minha inspiração. Por fim, fecho a caixa que é toda colada e contornada com galões de papel.
Contactos
Guilhermina de Sousa Maldonado Rua Heróis da Índia, 30 – 1º 7100-103 Estremoz telefone 268322696

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Depoimento de Isidro Verdasca

Comecei a fazer nos tempos livres umas peçazinhas que me pediam. Quando me reformei, há cerca de 25 anos, passei a dedicar-me ao artesanato a tempo inteiro.
Para me safar do trabalho de sol a sol, trabalhei em barbeiro e estabeleci-me na Azaruja. Nos tempos livres ia fazendo umas peças em cortiça. O artesanato é difícil de vender. Todos gostam muito, mas quando lhes digo o preço não compram. Se vender 2 ou 3 peças por semana já é bom. Isto leva muito tempo a fazer. É preciso paciência e muito jeito. Se vivesse disto morria de fome. Mas gozo um bocadinho quando vejo as peças feitas. Nunca ensinei.
NA OFICINA, adquiro cortiça já cozida nas fábricas da Azaruja. Com um canivete vou fazendo o corte na cortiça, conforme a peça que quero executar. O acabamento é feito com lixa, e certos componentes de determinadas peças são colados ou cravados com preguetes de chapa. Contactos
Rua da Mouraria, 48 - A 7000-741 Évora (Atelier-loja aberto ao público das 10-12.30 e das 15-17.00. com marcação prévia)

Serradores de Isidro Verdasca

Isidro Verdasca, antigo barbeiro, dedica-se desde a sua reforma a esculpir a cortiça, inspirando-se em temas sobre a agricultura, como esta peça cedida ao Centro de Artes Tradicionais os Serradores, a cortar os troncos para criar barrotes para os telhados de casas rurais, em exposição no núcleo Esculturas em Cortiça, até 10 de Fevereiro de 2010.

quarta-feira, 20 de janeiro de 2010

Cantil, de Isidoro Valério

Isidoro Valério, artesão de Portalegre, também cedeu uma peça feita por si para expor no núcleo "Esculturas em Cortiça" do Centro de Artes Tradicionais.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Depoimento de José Vinagre

Aprendi aos 10, 11 anos. Quando andava a guardar ovelhas achei um bocadito de cortiça que comecei a cortar e daí nasceu um pastor. Entre os 18 e os 30 anos desmaginei-me disso. Desde que me casei, aos 30 anos, tenho vindo a dedicar-me ao ofício.
Tenho peças no Museu de Estremoz. No jornal “Brados do Alentejo” foi publicado um artigo sobre o meu trabalho, mas não dão valor ao que a gente faz. Às vezes até fazem pouco de pedir dinheiro para um bocado de cortiça. Aqui há tempo vendi umas peças para a Câmara de Estremoz por causa disso. Mas por vezes são os clientes que me oferecem cortiça em troca de uma peça ou outra que realizo.
Tenho vendido peças para Lisboa, Porto e Braga. Através do I.E.F.P. as peças têm sido expostas em várias cidades e vilas do país. É pena as pessoas não quererem seguir esta vida. Estive 7 meses a ensinar a 8 raparigas, mas não aprenderam nada. Isto um dia acaba, não posso dizer que vou fazer isto já muitos anos...
NA OFICINA, a cortiça é cozida para retirar a “costa”. Começo a executar as peças (que geralmente representam o quotidiano da vida rural) com uma navalha.
Contactos José Joaquim Vinagre Rua Sousa Maldonado, 13 - Veiros 7100-709 Estremoz telefone 268929431

Pastor, de José Vinagre

José Vinagre, artesão de Veiros, concelho de Estremoz, emprestou ao Centro de Artes Tradicionais uma peça da sua colecção, o Pastor, como forma de renovar temporariamente o núcleo "Esculturas em Cortiça", peça que está em exposição até 10 de Fevereiro.

domingo, 17 de janeiro de 2010

EXPOSIÇÃO PERMANENTE RENOVA-SE

Tendo retirado os presépios da exposição permanente, para a actual temporária, aproveitamos esta oportunidade para renovar parte do núcleo "Olaria da Viana do Alentejo", com espólio que estava nas nossas reservas até à data.
Foram escolhidas peças da colecção que demonstram a variedade decorativa deste centro oleiro do distrito de Évora, e principalmente, o famoso verde de Viana do Alentejo.

terça-feira, 12 de janeiro de 2010

PRESÉPIO DE ANTÓNIO PALMIRA RODRIGUES

António Palmira Rodrigues, oleiro de Mourão, também está representado na exposição temporária "Presépios do Alentejo", com uma peça pertencente à colecção do Major General Canha da Silva. Publicamos também um excerto de uma entrevista concedida por este artesão em 2002:
Apesar de estar empregado, tenho estado sempre ligado ao artesanato. O meu pai é uma pessoa habilidosa, sempre o vi dedicar-se a desenhar e a estudar obras. Talvez por isso adquiri o gosto. Agora estou desempregado e passei a dedicar-me em exclusivo ao artesanato. Actualmente (2002) estou a dedicar-me à mistura de pintura com escultura. É um misto de arte/ artesanato. Mesmo que seja um pouco mais caro, mas é diferente dentro dos artigos regionais. Importa preservar e ter qualidade dentro daquilo que se faz. Estive a fazer uma atelier com exposição onde posso trabalhar e receber produtos para escoamento. Sempre tenho tido uma vocação para estas coisas. Muitas vezes faço sem levar dinheiro. Mas gosto de fazer. Já dei aulas de trabalhos manuais. Tenho feito várias exposições, a última foi em Viana do Alentejo e Moura, e a próxima que se segue é na Casa do Alentejo, em Lisboa. Acho que o artesanato tem pernas para andar. São os próprios artesãos que o vão matar ou não. Se é artesanato não introduzam a máquina. Contactos:
ANTÓNIO PALMIRA RIÇO RODRIGUES
Dr. José Joaquim de Vasconcelos Gusmão, 11
7240-254 MOURÃO
Telefone: 935865520

segunda-feira, 11 de janeiro de 2010

PRESÉPIO DE ISABEL CATARRILHAS PIRES

Outra artesã de Estremoz, a quem o Major General Canha da Silva adquiriu um presépio que está na exposição "Presépios do Alentejo" é o de Isabel Catarrilhas Pires.
Publicamos hoje um excerto de uma entrevista concedida pela artesã em 2002, durante o recenseamento dos artesãos do distrito de Évora:
Iniciei a aprendizagem com algumas peças simples, mas não cozia o barro. Não aprendi com ninguém, excepto o processo de cozedura. Foi através de experiências que evoluí. Comecei a actividade em 1986. O que eu entendo pela Barrística de Estremoz, tem muito a ver com as características fundamentais e com a criatividade que cada artesão geralmente lhe imprime. Comparando o boneco do século XVIII com os do século XX são diferentes. Os bonecos nascem nus, e vai-se vestindo. Isso é tipicamente característico. Cada artesão tem uma forma própria de realizar. Os meus modelos nada têm com o estilo tradicional de Estremoz. Acho que ninguém faz igual. Interessei-me pelas figuras do Museu Municipal de Estremoz, as mais antigas, e atribuí-lhes um cunho pessoal. Segundo o antigo director do museu, o prof. Joaquim Vermelho o meu trabalho assume um tratamento naturalista menos ingénuo, ao reflectir um sentido de observação pelos mais pequenos pormenores. A minha divulgação tem sido em “bola de neve”. Um cliente traz outro e assim sucessivamente. Em 1992 ganhei um prémio especial de cerâmica com o trabalho “O quiosque”. Participei na F.I.A. de 1993 a 1995 e em 2001 através do I.E.F.P. Contactos:
Maria Isabel Dias Catarrillhas Pires Bairro da Salsinha, Rua Nossa Senhora do Carmo - lote 37 7100-102 Estremoz Telefone 268322183. 964294389

quarta-feira, 6 de janeiro de 2010

Aviso

O Centro de Artes Tradicionais encontra-se hoje encerrado devido a reunião interna dos serviços

sexta-feira, 1 de janeiro de 2010