quinta-feira, 24 de julho de 2008

O que aprendemos na nossa primeira visita às Olarias do Redondo

Ontem, dia 23 de Julho, fomos visitar duas olarias do Redondo com um pequeno grupo de residentes de Évora e estudantes universitários. Para quem não pôde acompanhar esta primeira visita, fica aqui um pequeno relato do que vimos e aprendemos com os oleiros e pintoras de cerâmica das Olarias Maquenista e Jeremias: Judite Carochas, a proprietária da Olaria Maquenista estava atarefada com uma encomenda que tinha de acabar. Apesar de cansada, por na véspera ter ido entregar peças para revenda, a sua energia era visível quando dava o banho de vidrado e preparava as peças para enfornar!
E teve sempre tempo para nós: contou-nos que há 13 anos que toma conta da olaria, desde que o marido morreu. As suas filhas ajudam-na a riscar e a pintar mas não pretendem manter a olaria quando ela deixar de trabalhar, por esta vida estar muito difícil...
Conhecemos duas filhas, uma estava a riscar os pratos para a irmã e mais colegas pintarem as peças. A pintora de cerâmica contou-nos que antes ainda exportava peças, mas agora com o euro forte já não compensa.
Também tivemos a oportunidade de ver o trabalho do rodista, o senhor João, que já teve uma olaria mas agora trabalha por conta de outrem porque isto está muito mau... Estava a fazer peças na roda com barro espanhol, queixando-se de ser mais fino e difícil de trabalhar. Ali ao lado, na Olaria Jeremias, Catarina Jeremias contou-nos que esta foi das primeiras olarias do Redondo que mudou o forno a lenha para forno eléctrico, foi obrigada a isso para proteger o ambiente, pois preferia a forma primitiva de cozer as peças por ser mais barato, apesar de lhe dar mais trabalho na sua limpeza. Como estavam a desenfornar, vimos o forno entreaberto para puder arrefecer, porque se tirar logo as peças corre-se o risco de partir toda a fornada, devido ao choque térmico.

Encontrámos um rodista, o senhor Manuel Rico (no vídeo acima) que toda a manhã esteve a fazer assadeiras com barro do Redondo, com uma cor mais escura e mais espesso que o barro espanhol que vimos na primeira olaria, o que demonstra ser mais resistente. No próximo mês há mais!! Fique atento ao nosso blog, porque ainda estão previstas mais duas visitas ao Redondo, para você ficar a conhecer de perto esta arte tradicional no seu local de origem!

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