Adriano Rui Martelo, filho do fiscal de obras José dos Santos Martelo, e de Catarina de Jesus Martelo, nasceu em 1916, na Vila do Redondo.
Adriano Martelo gosta de dizer que aprendeu a pintar sozinho, mas os seus trabalhos foram sempre informados por uma pesquisa, que começou a realizar nos meados da década de 50. Na altura, interessou-se pelos desenhos riscados na louça do Redondo, e no convívio com os oleiros mais idosos, recolheu os motivos e desenhos tradicionais, que já na época lhe pareciam em risco de desaparecimento.
Como não poderia deixar de ser, travou conhecimento com Rita da Conceição Mestre, a famosa Tia Rita, uma figura tutelar da olaria da vila, e a quem se atribui a criação de inúmeros motivos, que se popularizaram e lhe granjearam uma grande clientela. Primeiro fez algumas experiências e depois de ser bem aceite, começou a vender os pratos.
Nessa época era aferidor de pesos e medidas, mas a actividade era pouco compensadora. Contudo conseguiu sempre acumular a profissão com a pintura de cerâmica. Apaixonando-se cada vez mais pela olaria deixou os pesos e as balanças para se dedicar definitivamente aos pratos de barro quando se reformou, em 1982, aos 65 anos.
Como não era oleiro, Adriano Martelo encomendava as peças na Olaria Poço Velho no Redondo, e era criticado no meio por não ser ele que fazia os pratos, só se responsabilizando por pintá-los. Era-o também por vender a loiça mais cara que os restantes, já que privilegiava as formas tradicionais de fabrico.
O mestre Martelo montou a sua oficina numa antiga adega do Redondo, na Rua Almirante Cândido dos Reis, 35, cultivando uma paleta de cores bastante variada, onde sobressai a introdução do azul e o equilíbrio entre os tons de verde e rosa.
Na documentação do antigo Museu do Artesanato guardam-se diversas facturas e recibos da olaria de Adriano Martelo, do início da cooperação em 1964. Numa segunda fase, já na década de 80, mestre Martelo busca novas fontes de inspiração ampliando o seu repertório, incluindo também a faiança portuguesa dos séculos XVII e XVIII, que recebera por sua vez uma forte influência da porcelana chinesa.
O seu filho, Manuel Martelo procura manter viva a tradição herdada do pai, ao vender neste local a cerâmica que a esposa e os filhos pintam.
Venha conhecer este espaço e a alegria dos familiares em continuar o trabalho do mestre oleiro, Adriano Martelo, na nossa visita ao Redondo, marcada para o dia 20 de Agosto!
Citado: Homenagem ao mestre Adriano Martelo
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