domingo, 17 de maio de 2009

O porquê de "Museus e Turismo"

Este ano, o Conselho Internacional dos Museus (ICOM) escolheu o tema dos Museus e Turismo para a comemoração do Dia Internacional dos Museus.
Sendo o Centro de Artes Tradicionais o único museu português tutelado por uma Entidade Regional de Turismo - a Turismo do Alentejo, este tema é celebrado por nós com grande entusiasmo.
Por este motivo, aproveitamos esta oportunidade para partilhar no nosso blogue excertos do artigo "Museus e Turismo: que experiências - Breve reflexão"da doutoranda Alexandra Gonçalves, publicado na revista do ICOM Portugal, aprofundado um pouco o porquê desta escolha do Conselho Internacional dos Museus.
Este ano o tema do Dia Internacional dos Museus é “Museus e Turismo”, pelo que se apresenta uma oportunidade histórica para se reflectir sobre o posicionamento e a atitude que tem pautado a relação entre estas duas forças, mas sobretudo, para repensar e determinar um desenvolvimento futuro em conjunto.
A discussão sobre os museus e o turismo parte da noção que existem novos paradigmas emergentes na sociedade, aos quais o museu não poderá ficar indiferente, sobretudo, como forma de potenciar a sua atracção junto do público turista, mas também se pretende afirmar-se como equipamento ao dispor de uma sociedade de informação e de lazer. Consciente dos desafios desta relação, procura-se demonstrar que existem benefícios claros resultantes de uma aproximação entre estas áreas.
As abordagens próximas do território e dos seus recursos tendem a constituir-se como um estímulo à diversidade cultural, assim como, a proximidade espacial entre vários recursos turísticos, culturais e patrimoniais podem potenciar a constituição de clusters nas áreas do turismo e do lazer, afirmando-se como ofertas diferenciadoras dos destinos turísticos. Estas aglomerações de recursos também são boas oportunidades para a construção de economias nas operações destes espaços e equipamentos, que, por sua vez, trazem ganhos de atractividade para o turismo. (...)

O turismo pode dar contributos válidos para a captação de novos públicos, para a valorização das identidades locais, para o financiamento de novos projectos museológicos e actividades, bem como, para as actividades de conservação e restauro, mas também para a revitalização de actividades tradicionais, para a competitividade e a afirmação dos destinos turísticos, para a interacção, experimentação e transformação interpessoal, e por último, para a formação de comunidades próximas dos seus recursos e dos seus territórios.
A partilha de conhecimento entre os museus e o turismo é um elemento crucial para estabelecer a confiança e a compreensão entre os dois sectores. As redes e as parceiras emergem como formas privilegiadas de relacionar os recursos e os equipamentos de um território de forma a conceber propostas inovadoras e atractivas para diferentes públicos.
Os museus devem repensar a sua relação com os seus visitantes; é necessário que o museu se envolva com os visitantes, em relações profundas, com significado, que também tragam valor para os museus e para a sua actividade. Mas não só com os visitantes tem que ser repensadas as suas relações, mas também com a sociedade em geral. O museu sozinho não sobrevive, e o trabalho em rede dos museus é tão importante quanto a cooperação com outras entidades, como é o caso do turismo. Um maior diálogo e cooperação entre estes dois sectores – museus e turismo – traz benefícios para o desenvolvimento de estratégias associadas ao turismo cultural. Citado de:http://www.icom-portugal.org/multimedia/info%20II-4_mar-maio09.pdf (para ler o artigo completo basta clicar no link)

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