Aprendi com os meus pais. Tinha 9 anos quando comecei a trabalhar “ao banco”. Aos 22 iniciei a actividade por conta própria. Senti que estava habilitado a realizar trabalho em condições.
O meu sonho era aprender e dar a conhecer aquilo que fazia. As feiras de artesanato eram uma forma de escoar as obras e angariar clientes. Quando consegui o que pretendia, deixei de fazer feiras. Quando comecei eram os verdadeiros artesãos que frequentavam essas feiras. Hoje é mais um centro comercial ambulante que outra coisa. As feiras de artesanato tornaram-se corriqueiras. Actualmente só faço a Feira de Estremoz.
Em termos de futuro não vejo continuidade no ofício. Sou o mais novo de sete irmãos e só que é que aprendi o ofício. A minha esperança é a do meu filho que tem 7 anos e já vem para aqui mexer nas ferramentas. Se ele quiser continuar não vai ser aos 18 anos que começa a aprendizagem. Os grandes artistas têm de começar cedo. Foi assim que comecei.
No entanto não tenho aprendizes, um rapaz com 18 anos tem de ganhar um ordenado e não temos possibilidades de pagar. Os cursos de formação não permitem que uma pessoa faça um curso em três anos e venha cá para fazer trabalho de entalhador.
NA OFICINA, talho a peça a partir de um desenho que colo ou risca na madeira e recorto-a. Os recortes são feitos com o auxílio de uma serra tico-tico, com goivas ou palhetas. Os acabamentos podem ser feitos a nível de cera, ou marmoreados e dourados, ou com goma-laca.
Contactos
Perfeito dos Santos Neves
Quinta de Santa Teresinha
7100-137 Estremoz
telefone 268332580
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