domingo, 25 de abril de 2010

Ceramistas de Santiago do Cacém

Isabel Maria Ramos (Cercal do Alentejo), artesã de profissão, dedica-se à azulejaria. Para além da execução de painéis, aplica os azulejos que pinta nas mais diversas peças de uso quotidiano como tabuleiros, caixas, mesas, carros de chá, etc.
Leva muito a sério a arte que pratica pelo puro prazer que esta lhe dá. Gosta de desafios e por isso escolhe técnicas difíceis como o enchimento e a escavagem que aplica na execução dos trabalhos. Guida Pereira e Guida Inácio (Santo André), artesãs ceramistas, aplicam, nas peças que elaboram, um conjunto de técnicas aprendidas em cursos de formação. Na cerâmica moderna usam, para além de outras, a técnica Rakú.
Na confecção de cerâmicas tradicionais preferem modelos e técnicas do século XVII. Aplicam a técnica da corda seca em diversos trabalhos de azulejaria. Nos trabalhos que executam, predominam diversas tonalidades de azul e amarelo. Ana Paula Lança (Ermidas-Sado), considera-se uma artesã autodidacta mas com preocupações comerciais, tem gosto pela arte mas não fica por aí: tem tentado divulgar esta forma de artesanato através de acções de formação profissional. Dos principais motivos que pinta nas peças de cerâmica que executa, destacam-se o monte alentejano com o sobreiro ou a azinheira.
Carla Esteves e Elsa Caldeira (Santo André), partilham o gosto e o interesse pela cerâmica e pela azulejaria, dedicando os tempos livres à confecção de peças que cativam pela originalidade e bom gosto. António Loução de Matos, filho e neto de oleiros, cedo aprendeu esta arte. Depois deixou-a e seguiu outra vida profissional, mas os últimos quinze anos dedicou-os exclusivamente a este ofício, dando continuação a uma tradição familiar na manufactura de peças tradicionais de carácter utilitário. Infusas, panelas, tabuleiros, assadores, alguidares, potes, quartas e palmatórias são moldadas na roda de oleiro, antes de serem cozidas no forno. A sua olaria, no Cercal do Alentejo, tenta adaptar-se aos novos tempos e a um novo público que busca na olaria tradicional o contacto com o barro associado à beleza das formas.
Nazaré da Conceição Neto (Ermidas-Sado), começou por brincadeira, a pintar porcelana, depois decidiu fazer rumo a uma aprendizagem que, segundo ela, é muito criativa, é uma aprendizagem que não tem fim. Impressionismo e canetados são as técnicas que domina, preferindo pintar modelos copiados do século XVII. As peças que pinta vão ao fogo diversas vezes, alternando a cozedura com a pintura.

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